Aprender a programar é o novo aprender a escrever


Descubra o que a evolução da escrita tem a ver com com a evolução dos computadores e porque todos podem aprender a programar, começando hoje mesmo. Confira!

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Você já percebeu que os computadores estão substituindo os livros?

Qual foi a última vez que você entrou em uma biblioteca, para pesquisar algum assunto para o seu trabalho, faculdade ou colégio?

Também já percebeu que hoje, você escreve muito mais do que há alguns anos atrás? Seja para escrever uma mensagem no Whatsapp, um post no seu blog ou uma postagem em redes sociais como Twitter ou Facebook?

Descubra o que a evolução da escrita tem a ver com com a evolução dos computadores e porque todos podem aprender a programar, começando hoje mesmo. Confira!

Escrita na idade média

Acredite, em determinado momento da história da humanidade, a grande maioria das pessoas não sabia ler e escrever. Na idade média, esse conhecimento estava restrito às igrejas e monastérios.

Existiam gráficas?

Claro que não! O mais próximo de uma gráfica naquela época, era um profissão chamada copista. Sim, esse carinha ficava o dia todo copiando livros manualmente.

Para você ter ideia de como o trabalho era extremamente manual. Trabalhando o dia todo, um bom copista levava 1 ano inteiro para conseguir copiar 5 livros de 200 folhas.

Com todo esse custo de produção, o livro era artigo de luxo. Por isso saber ler e escrever era algo restrito à poucas pessoas.

Séculos depois, Gutenberg inventou a prensa, uma máquina que copiava livros. Essa invenção desempregou muitos copistas, mas revolucionou o mundo. Ela diminuiu o preço dos livros e possibilitou que mais e mais pessoas tivessem acesso a eles. Com isso, mais pessoas aprenderam a ler e escrever. Além de ler o que já existia, essas pessoas também poderiam criar os próprios textos e livros.

Não preciso nem dizer que nos séculos seguintes, os livros impressos foram os maiores disseminadores de conhecimento da humanidade.

Aprender a programar Gutemberg

Computadores nos anos 70

Séculos depois, ocorreu algo muito parecido com a história de Gutenberg. Porém ao invés do livro caríssimo, que dificultava a popularização da leitura e escrita, o ator principal dessa vez, era o computador.

Nos anos 70 eles já existiam, mas eram muito grandes e caros. Apenas um número pequeno de empresas, bancos e universidades tinham acesso.

Se hoje temos computadores no bolso, os smartphones, isso é graças a um bando de malucos lá do Vale do Silício, que acreditaram que o computador poderia ser mais barato e acessível a todas as pessoas.

Os malucos que tiveram mais destaque nesse mercado foram Steve Jobs e Steve Wozniak da Apple, e Bill Gates e Paul Allen, da Microsoft. Eu considero que eles causaram na indústria de computadores, o mesmo impacto que Gutenberg causou ao mercado de livros.

Nerds Anos 70

Agora veja que interessante, livros e computadores servem para disseminar informação. Assim como um livro só é útil se tiver algo escrito lá dentro, o computador também só é útil se tiver algo lá dentro, o software.

Então eu pergunto, por que a leitura e escrita de livros ficou tão popular no mundo, enquanto a leitura e escrita de software, ainda é algo restrito à poucas pessoas?

Acredito que isso seja questão de tempo. Os livros existem há séculos e os computadores estão aí há apenas algumas décadas.

A escrita de software está começando a se popularizar também. Existe um movimento muito grande em todo o mundo, defendendo que crianças devem aprender a criar software, ou seja, aprender a programar, já nos primeiros anos de escola.

Aprender a programar na era da informação

Mas por que todo mundo deveria aprender a programar, considerando que nem todo mundo quer ser um programador profissional?

Pelo mesmo motivo que todas as pessoas aprendem a ler e escrever, mesmo sem terem o intuito de se tornarem escritores profissionais.

Assim como leitura e escrita são habilidades úteis em todas as áreas do conhecimento, a programação também é, principalmente se considerarmos que vivemos na Era da Informação.

Saber programar hoje em dia, é o mesmo que ter superpoderes, pois o mundo está sendo digitalizado (Música, Cinema, Saúde, Política, Educação e até Guerras).

Continue lendo para conhecer 3 casos reais de pessoas comuns que colocaram a mão no código para resolver problemas de áreas distintas, como história, política e até relacionamento familiar.

1 ) História

Há alguns meses um professor da Nova Zelândia, que estava de férias no Brasil, entrou em contato comigo por causa de um dos meus vídeos sobre programação no Youtube.

Encontrei com ele e fiquei de boca aberta com sua história. Tive certeza que eu estava com a missão certa nas mãos, ensinar programação para o maior número possível de pessoas leigas.

Vou resumir a história dele aqui, para o texto não ficar muito longo.

Ele era professor de geografia em uma escola pública na Nova Zelândia. Estava fazendo mestrado e sua tese era sobre a criação de um jogo de smartphone para ensinar uma língua aborígene. Com esse joguinho, as crianças iriam se divertir e ao mesmo tempo aprenderem a tal língua que estava prestes a ser extinta pela falta de uso.

Sim, ele aprendeu a programar com ajuda de vídeos e tutoriais na internet e criou o tal joguinho sozinho. Apresentou na banca de mestrado, e claro, conseguiu o título.

E melhor do que ter conseguido o mestrado, ele conseguiu convencer a escola onde dava aula, a criarem um turma para ele ensinar programação para as crianças!

2 ) Política

Essa outra história aconteceu no Brasil, nas eleições presidenciais de 2010. O Marco Gomes, sócio da Boo-box, uma empresa de publicidade, criou um aplicativo integrado ao Twitter que permitia que as pessoas postassem mensagens automatizadas apoiando a candidata Marina Silva.

No primeiro turno da campanha, o aplicativo deu 206.059 twitadas nos perfis de 4.612 pessoas com uma audiência de mais de 690 mil seguidores, impactando mais de 5 milhões de pessoas.

Veja, o aplicativo foi criado por apenas uma pessoa, durante um período de 4 ou 5 madrugadas e conseguiu fazer todo esse barulho. Saber programar é ou não é um superpoder?

3 ) Relacionamento familiar

Sharon Standifird, uma mãe nos Estados Unidos, cansou de ter suas chamadas ignoradas pelo filho adolescente e inventou um aplicativo para acabar com esse problema.

Sem ter experiência nenhuma no assunto, ela resolveu aprender a programar um aplicativo de telefone.

O aplicativo consegue bloquear o telefone do filho se ele ignorar uma ligação ou uma mensagem. O telefone desativa todas as funcionalidades como jogos, aplicativos de mensagens e ligações As únicas opções disponíveis são ligar para a emergência ou ligar para os pais, os únicos que tem o código de desbloqueio.

Conclusão

Nesse post mostrei como a leitura e escrita se popularizaram depois que os livros ficaram mais baratos. Os computadores também ficaram mais baratos, e já estão nas mãos de bilhões de pessoas.

Sabia que todos nós podemos aprender a escrever novamente, mas dessa vez, aprender a escrever programas de computador? Acredito muito que, quanto mais pessoas de áreas diferentes do conhecimento souberem programar, mais inovação de verdade teremos.

Dei apenas 3 exemplos de como pessoas comuns usaram o conhecimento sobre programação de computadores para resolver problemas do dia a dia. Existem muito mais exemplos, que voltarei a falar em posts futuros.